
quarta-feira, setembro 10, 2008
sexta-feira, setembro 05, 2008
um dia, ouvi antónio damásio explicar a actividade do cérebro durante o orgasmo. a imagem mostrava um núcleo "de fogo" de todas as cores, como uma descarga de milhões de watts. suponho que é o que mais se assemelha a um tornado... de prazer :-) com muita pena minha, poderia renunciar a esse arco-íris fulminante, que trata os sentidos com a potência de mil sóis! creio que, se tem de ser, uma pessoa habitua-se a tudo
sábado, agosto 23, 2008
quinta-feira, agosto 21, 2008
sem ti nunca me deito cedo /
invento que me falta o teu toque /
sobra-me tempo para navegar /
imagino rotas para descobrir(mos) /
penso se a diferença tem sentido /
penso no sentido do que sinto /
e nunca chego ao sono tranquilo /
foge-me o futuro das mãos /
o passado pesa uma vida toda /
dava tudo para saber se algum dia será diferente
domingo, julho 13, 2008
estava deitada, fê-lo tarde e dolorosamente, até que o espírito, demasiado irrequieto, empurrou-a a sair dali. o frio acentuava a insónia. o desconforto da sala fê-la puxar mais um cigarro, e outro. visitou quase todas as sensações desagradáveis que sentia e não a deixavam dormir, sequer descansar o corpo. fê-lo como se fosse alguém de fora de si própria, uma outra, estranha a tanta confusão de emoções. depois, vazou a mente na calçada silenciosa e fresca, como o dia que começava a nascer. não gostou de nada do que experimentara nessas horas mas achou que o frio é o justo prémio para quem anda à deriva do amor.
domingo, julho 06, 2008
segunda-feira, junho 30, 2008
quarta-feira, junho 25, 2008
terça-feira, junho 24, 2008
eu atenta, tu distraida /
eu notívaga, tu sonolenta /
eu tranquila, tu ávida /
eu céptica, tu crente /
eu metódica, tu aleatória /
eu sofrendo, tu revoltosa /
nós amando /
vós sem voz /
eles a jusante /
corpos nús /
calor ardente /
sede de ti /
banho de mar /
sol que escalda /
em contra-relógio /
tomo conta das horas /
tu tomas-me a mim /
somos felizes /
assim, aí, mais... sempre
quinta-feira, junho 19, 2008
tudo o que não escrevo, sente-lo tu, sinto-o eu.
e o resto é a paisagem dos corpos calmos: depois dos banhos estimulantes, no primeiro concerto de verão, na praia vazia ao entardecer, no desconserto das discussões, são tudo, amor, marcações ao amor.
há também sms, telefonemas e piropos internéticos que fazem aquela sintonia das horas em que não há distância, só saudade.
terça-feira, maio 27, 2008
segunda-feira, maio 26, 2008
domingo, maio 25, 2008
quinta-feira, maio 22, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
sábado, maio 17, 2008
sexta-feira, maio 16, 2008

quinta-feira, maio 15, 2008
terça-feira, maio 13, 2008
talvez precise de ajuda. há demasiadas coisas que não entendo. sobram os silêncios. os teus silêncios pesam toneladas de palavras engolidas na vez das carícias que não se trocam. ver o tempo passar com sonoro estrondo a vazio, sobre os intervalos em que nos sentimos felizes, não sugere nada de bom. só a sensação de ter-me enganado propositadamente perturba. e sobra-me a teimosia: quero acreditar que nada do que é bom é passageiro. provavelmente é engano meu. mais um. uma mania esta de pensar que a vida pode ser fácil, como eu.
quarta-feira, maio 07, 2008
segunda-feira, maio 05, 2008
domingo, maio 04, 2008
sou de mais feliz contigo, quando estou contigo. custam-me horrores... a ausência dos vales e montanhas, do suco da tua boca, as mudas trocas de olhar... desfaleço quando não estamos juntas na contingência. sofro de mais a lonjura da voz optimizada, muito mais que a distância da tua pele, ou o espaço em falta até ao teu cheiro. sobrevivo, cofiando na espera das amantes. sou infantilmente inútil. inutilmente infantil a amar. sem emenda.
sábado, abril 26, 2008
quarta-feira, abril 23, 2008
terça-feira, abril 22, 2008
hoje lembrei-me de ti quando passava por New Orleans. havia um som estranho, qualquer coisa como uma small big band, jeitos de cajun, talvez fosse jazz cheio de swing?! o certo é que tu estavas lá, comigo. na humidade dos ares da Louisiana e do ritmo inebriante, era mesmo suar em bica... só sei que não tirava os olhos de ti, deliciada. não faziamos nada senão contemplar e respirar. era tudo verdadeiro e inexplicável. não sei como fomos lá parar. estavamos estarrecidas com o ambiente delirante dos músicos. foi então que procurei o trompete - porque deve ter isso que nos levou lá.

segunda-feira, abril 21, 2008
quando não durmo, vigio o sono na esperança que o frio passe. e nunca mais chega o verão. deve ser por isso que se chama verão - como uma promessa de vermos qualquer coisa que ainda não vimos. tenho saudades da praia e dos vestidos leves, e de tudo o que ainda não foi provado.
de qualquer forma, meu amor, já contamos duas estações bem medidas.
domingo, abril 20, 2008
contamos meses e tu chamas-lhe anos. e dás sempre um ou dois de avanço, num jeito desastrado de medir o tempo. não me importo com isso, porque há muito engoli o relógio não-sei-quando-vai-acabar-mas-não-tem-qualquer-importância. conto só tempo que somo contigo. o resto são intervalos de trabalho e compromissos. até que te recebo no(i)vamente no peito, aberto para te gozar e sugar o-tempo-todo. deixas pouco espaço à manobra e finjo que não me importo. seja. é um caminho como qualquer outro para perceber a distância que nos encurta o tempo. é a tua maneira de manter fronteiras. é a minha forma de cofiar confiança.
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é difícil, isto, de equilibrar a emoção com outra mulher. mais complicado do que se conta, muito mais doloroso do que se quer. aguento-me no usufruto do teu corpo e não lamento. bebo-te e como-te, sirvo-te e sirvo-me da doçura dos teus lábios como se tudo fosse autorizado. sei que não é. faço de conta que não há mais mundo para lá da nossa intimidade.
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quero que beijes sempre que quero até não poder mais ****
sábado, abril 19, 2008
em cada passeio que damos juntas, tudo flui a dois tempos: o meu, acelerado - o teu, contemplativo. e há encantamento que se confude com medo, um medo que não costumo sentir. é por isso, meu amor, que me pressentes ausente do espaço que partilhamos. não tenho explicação para o medo. nenhuma mesmo. confortam-me os teus braços que me apertam, o suave olhar, até o silêncio profundo. mas tenho medo... não sei como ludribriá-lo, nem sei como esquecê-lo.
sexta-feira, abril 18, 2008
quinta-feira, abril 17, 2008
quarta-feira, abril 16, 2008
terça-feira, abril 15, 2008
segunda-feira, abril 14, 2008
faço, a mim própria, a jura de que vou deixar o tempo passar. devagarinho que é como tu gostas. nenhuma angústia, nenhuma pressa, nenhum risco. só mais um teste à paciência da espera ou à persistência de amar. moderar os telefonemas, continuando a vida de todos os dias.
o presente é uma dádiva, já alguém o disse. vou ver-te como um presente - bem sei que não se recebem presentes todos os dias. de cada vez que há um, é motivo de festa. certamente não te importas de ser o meu presente... prometo não me lambuzar contigo.
domingo, abril 13, 2008
há um momento em que cerrados os olhos só as mãos vêem. nada ousa segurá-las. ziguezagueiam pelo dorso acima. detêm-se, gulosas, nos botões do teu prazer. do meu prazer.
custa suster o rumo anárquico do tacto. as mãos, minhas, seguem pela tua epiderme. tactéis e agéis, suaves e ardilosas. puxo-te corpo-todo-que-desejo para mim, até nos sentirmos coladas.agarro-te a nuca e procuro o pescoço, desajeitadamente com a boca que seca. encostas-me da maneira que gosto e sustenho-me de pernas arqueadas contigo no meio delas. nesse instante, olhos semi-cerrados, escolhemos entre a sala ou o quarto pela medida da tesão que nos domina.
quando a cara me enrubesce já cavalgamos todos os espasmos do prazer molhado. não há fronteiras, quero crer, nessa prece desesperada ao gozo-meu-e-teu. nem amanhãs. nem pecado.
sábado, abril 12, 2008
arrefeces-me como uma lâmina sobre a pele. esfrias o sentimento. não fazemos amor. não fazemos nada. esperas que a melancolia me passe. antes disto houve palavras suicidas. uma, outra vez, outra ainda mais tarde. penso: é sempre demasiado cedo para soltar palavras assassinas. as que esvaziam o pensamento, gelam o corpo, arrefecem qualquer emoção. instala-se um não-sei-quê. não compreendes. nem eu.
amar é um monumental equívoco: acreditamos que vai sempre correr tudo bem. que tudo pode ser um prazer com breves intervalos de realidade. que o amor se cultiva com a fluidez da ternura, e isso basta.
e então sinto a tal lâmina na pele. golpeante, fria, medonha. cortante e disseminada pelo corpo. sem sangue, só calafrio. o corpo gela em arrepio de medo.
sexta-feira, abril 11, 2008
e é assim, também, que começa o falhanço. cada qual com o seu ritmo e os seus gostos. regras difícieis de aceitar. subentendidos que se acatam mas não se digerem. um frescor grave que se instala, primeiro à distância, depois indisfarçável no mesmo espaço.
pode-se chamar-lhe melancolia, vaga tristeza. chega como enxurrada de dúvidas.
quinta-feira, abril 10, 2008
escuta baixinho:
se me perder, procura-me...
faz-me essa jura de amor, docemente.
de todos os mapas que junto, no teu coração está o mais gasto
podes até estranhar o meu jeito fraco de amar,
nem sempre nos vale a bússola do sentimento.
não acredites que me fui porque sim,
nem para sempre.
se me perder de ti,
encontra-me
quarta-feira, abril 09, 2008
tenho saudades tuas. não consigo dizê-lo com o peso que elas têm. falta-me o teu abraço e a boca traiçoeira, que se esquiva à procura da minha. falta-me cabeça lúcida para dizer socorro: AMO_TE. queria ter-te o rosto para além da foto, o relevo do corpo e tudo o que se lê nos teus olhos. apetecia-me provar-te nos lábios, uns e outros... lavar a cama depois. deixar o quarto a tresandar a sexo. queria que o abismo não se instalasse nunca. pondero quanto valem os momentos da tua ausência.
penso que não penso senão em ti.
terça-feira, abril 08, 2008
somos um género à parte. uma espécie de minoria que umas vezes escolhe ser histriónica, outras mais se aguenta silenciosa. somos o amor do semelhante, a procura da diferença, o alento para a sintonia. somos o que não sabemos. tudo o que não nos ensinaram. nada do que esperavam de nós. e vivemos bem assim. achamo-nos felizes e lúcidas. nunca lemos cartilha alguma onde estivesse a cura deste ser diverso. não seguimos os padrões da família. desacreditamos deus em cada amante. viramos o mundo do avesso por uns instantes de luminosa felicidade. dobramos o cromossoma ao quadrado.
segunda-feira, abril 07, 2008
fome. fome é o que tenho de ti. ando a penar pelo teu sexo. primeiro um suave arbusto, a esconder uma torrente leitosa, ...para só depois mergulhar, táctil e infantil, no teu segredo.
a isto não se chama apetite, pois não?
não vivo sem esse prazer escorrido, nem a tua carícia suave, nem os teus cabelos negros. não vivo sem os teus olhos doces e assustados, que me desafiam para o mundo em que somos iguais, e só desejamos a diferença. não vivo, procuro-te.
salto cada-dia-cheio à procura dos outros, escassos, em que nos reve(la)mos. torneio no calendário de uma forma intensa, para que a saudade não me sufoque. encontro-te finalmente numa plataforma à beira de carris, onde trocamos um beijo esquivo e um abraço intenso.
até que não seguramos mais o leve olhar.
domingo, abril 06, 2008
no autocarro, ela olhou para a paragem e susteve a mirada: a rapariga vulgarmente vestida abrigava-se ali, corpo hirto do frio das chuvas de abril. só mexia os olhos para seguir por segundos cada vulto que saia do veículo. o seu olhar movia-se entre cá e lá, como se estivesse a assistir a uma partida de ténis. a bola eram elas,... seguia uma com o olhar, dois ou três passos e voltava de imediato para a porta, detendo-se noutra, e depois noutra... de dentro, não podia ver-lhe nada mais que esse movimento anódimo de seguir o isco. havia tempo, praticara eu mesma esse tipo de jogo, bestial e inofensivo: medir-lhes os olhos, a boca, o perfil; apurar os sentidos, imaginar de onde vinham e onde se recolhiam; dariam conta que reparava nelas?
pensar nas razões da solitária brincadeira, porque me divertia assim, como me entretinha, revelou-se um suave perfume. como se a catarse chegasse à mente antes das marcas ao corpo.
sábado, abril 05, 2008
pûs a música da tarde em que saltei quilómetros sem dar pelo relógio, até te achar com lua cheia. lembro-me disso e dos minutos longos em que estive ao frio, sem saber o que fazer. foi o teu olhar de desafio que me confortou. ter corrido um risco com confiança. ou o perfil de miúda que conhecia, sem nunca a ter visto? não sei. escuto a música e revivo a lentidão de um tempo acelerado que engoliu quilómetros sem conta. virado o destino ao avesso, a vida tornou-se nocturamente luminosa.
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