terça-feira, janeiro 12, 2010

quem, como eu, já esteve privado de algumas capacidades básicas - falar, articular movimentos, etc - sabe que é da natureza que o ser amputado desenvolva outras habilidades. gostava de saber quais, para tas agradecer. porque a tua estupidez é a mesma e a minha descrença nela também.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

não sei se vou escrever-te muito mais. não vale a pena. não estás nem aí... tenho pena, já disse. das difamações, da vitimização, da falta de modos, das tuas raivas, do estilo brega... havia projectos vagos, uma espécie de conhecimento mútuo de outra vida. havia amor, e eu não tenho culpa de que gostes de o medir sem saber ao certo que sentimento é esse. afinal, foi só uma farsa. não me arrependo de nada, também já disse. nem dos presentes, nem dos carinhos, nem das atenções que te dei. não me arrependo de ter engulido desvarios, nem esbanjado, nem sofrido. sei que não haverá ninguém a rir por último. há uma série de coisas que já não me interessa entender. gostaria talvez, tão só, que, de repente, uma cortina se abrisse e tudo voltasse a ser sério e divertido entre dois seres independentes - como dizias. a única loucura foi minha, sim. como tu agiste durante e depois, ... hummm, a isso não sei que nome se dá. não nego a minha responsabilidade, em tudo. desde logo, de levar-te a peito, de confiar, de partilhar, de ser amiga: já amargurei e expie essas culpas. mas por muitas devoluções que faças lembra-te que ainda ando por cá. e posso ser gentil e amorosa quando e com quem me apetecer - não determinas isso, nem mudas a minha natureza. aliás, até a apreciavas. o meu critério é o do coração aberto, abusar da frontalidade e ser justa. por isso, e só por isso, dei-me ao trabalho de rever dias e dias e dias... fechei o capítulo. confesso que não me detive nas contradições. alguém te disse que nunca irias conseguir ser feliz aí. não fui eu, mas deves lembrar-te disso... a tua prisão não era eu, és tu mesma - quando te miras ao espelho e não vês o passo seguinte. não queres ver. podiamos ser muito felizes. eu tenho uma parte e tu outra. mas a vida é assim mesmo: quem não sabe para onde vai, qualquer caminho lhe serve. e enquanto me odeias,...i'm still loving you

quinta-feira, janeiro 07, 2010

passei horas a rever mais de 80 páginas, duas agendas, centenas de e-mails.
farei rapidamente o relatório de danos físicos.
como de costume, não sigo os conselhos alheios: vais ter o essencial do inventário. acertaremos cardinais. não os pontos cardiais.
***
porque me sinto ainda prisioneira? tu não estás nem aí...
'mataste-me' mas não parti.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

faz-me falta a profundidade do teu olhar. e os teus medos e a tua boca. a leveza das tuas preocupações. a irrascibilidade das tuas iras sem propósito. faz-me falta o teu corpo para admirar. faz-me falta o teu cheiro e as tuas neuras. fazem-me falta tantas coisas e não há volta. quero ainda a plenitude e a simplicidade. exiges que não te cruze o caminho. exijo que sejas mais feliz que alguma vez foste. exiges que não te fale. exijo que cales ironias e blasfémias. sabes que o que damos recebemos também. sei que o que te quis não tem preço. sabemos que tudo é remissível menos a morte.

terça-feira, janeiro 05, 2010

sinto que não acabou. não para mim. sei que não faz sentido. nem o que sinto, nem o que creio. saberás que te cuidava como à mais nobre das mulheres. e todas as rasteiras levam ao erguer do corpo, por mais penoso que isso seja. faço contas às contas do que contamos e não há como me arrepender. quem está inteir@ na vida e olha de frente os perigos, nunca lamenta. agora só queria acordar há um ano atrás. ou muito tempo adiante. para não me prender mais naquele ponto obscuro em que viraste o baralho. algures há um karma que vives. só queria que fosse tranquilo, belo, simples e sensível - como creio.
e creio em quase nada. [ainda] te amo.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

ninguém no seu juizo normal pensaria duas vezes no amor que a rasgou e atirou muitos sonhos partilhados para a vala comum dos infelizes. mas também o que é um juizo normal? não é o teu, que violaste o direito a "respeitar-te a ti mesma" sendo sempre honesta e leal. não é o meu, porque contra toda a lógica e razão, ainda acredito que havia - há? - algo, para além do visível, entre nós. vivemos as duas, algum dia, pelo que é supostamente a convenção padronizada pelos outros, para nós? sempre acreditei que havia uma espécie de missão ao estarmos aqui: fazer tudo pela felicidade, sem magoar ninguém nem atraiçoar a benção de estarmos realisticamente viv@s em momentos felizes. quantos peixes não têm espinhas? quantos gatos não arranham? quantos cães lambem sempre o dono? quantos empregos não têm jornadas menos boas? quantos amores são perfeitos? quantas pessoas têm o fado de desmentir que é possível amar e ser amad@, porque sim? algumas almas, certamente. mas nenhuma que seja do bem. tu, meu bem, és do bem. não és?

domingo, janeiro 03, 2010

provavelmente o meu erro fatal foi não levar a sério as tuas 'advertências': eu não te tenho um amor assim tão grande, eu não te mereço, eu ainda te vou magoar... mas como levar a sério palavras que me soavam sempre como uma chamada de atenção de alguém que precisava de ...atenção justamente, carinho, estímulo, de ser elogiada... apreciada! ingenuidade minha, talvez, que só acredito no que quero. ao mesmo tempo, aquelas palavras matadoras eram intercaladas com outras: queria ficar contigo aqui assim sempre, um dia ainda vamos ter um filho, és uma das (#3) pessoas que mais amo no mundo... estar sozinha contigo dá-me paz.
noutros dias avisavas: não podes ter um animal de estimação, porque quando vivermos juntas a minha gata não suporta outros animais; compra a cómoda branca, porque ficará bem no nosso quarto; quando eu viver contigo vamos ter de arranjar uma casa maior, preciso de um sítio para pintar; sabes, amor, andam à procura de uma pessoa da minha área, numa agência daí, e achas que posso ter hipóteses? vou arranjar o curriculo.

hoje olho para a máquina de café laranja, para a aparelhagem branca - ao teu gosto - e pergunto-me: em que é que eu falhei? onde é queme distraiste? em que mentiras escarradas não percebi o engodo, piamente crédula?! que faço agora com estas memórias, e as outras que íamos viver?! que faço das promessas por cumprir: florença, a escócia, sagres e duas quintas? queria levar-te a montesinho, pela beira alta nevada, e já não vamos.

queria mergulhar nos teus olhos e não os tenho. queria perceber onde foi que ficaram cinzentos. impossível. fazes como se tivesses morrido, e eu sei que não morreste. és um fantasma demasiado presente. e como todos os fantasmas há pelo menos um dia em em que se reencontram com os entes queridos e menos queridos. e então? estranham-se? impossível exigir que não te apareça à frente, - tão iverosímel como se a exigência fosse minha - a menos que tenhas um radar que te indique todos os meus passos. mas hoje - repara - tu nem sabes se tenho trabalho, se estou doente, se estou sem emprego, se vivo em nenhures ... não sabes, nem queres saber. tens esse direito o que não te garante que o teu desejo seja uma ordem cega. não fosse esse desvario sem travão, essa inclemência gélida, e verias que ninguiém merece isto, eu tão pouco! o que mais dói é tu recusares, a ti própria, decidires a tua vida. a tua deriva é uma sina. até quando?

sábado, janeiro 02, 2010

sexta-feira, janeiro 01, 2010

há quem dance, quem faça ginástica, quem durma sem fim, quem se enfrasque, quem chore e quem pinte a manta... agora que já sei qual é o meu 'middle name', sigo o meu caminho. expiar a culpa?