arrefeces-me como uma lâmina sobre a pele. esfrias o sentimento. não fazemos amor. não fazemos nada. esperas que a melancolia me passe. antes disto houve palavras suicidas. uma, outra vez, outra ainda mais tarde. penso: é sempre demasiado cedo para soltar palavras assassinas. as que esvaziam o pensamento, gelam o corpo, arrefecem qualquer emoção. instala-se um não-sei-quê. não compreendes. nem eu.
amar é um monumental equívoco: acreditamos que vai sempre correr tudo bem. que tudo pode ser um prazer com breves intervalos de realidade. que o amor se cultiva com a fluidez da ternura, e isso basta.
e então sinto a tal lâmina na pele. golpeante, fria, medonha. cortante e disseminada pelo corpo. sem sangue, só calafrio. o corpo gela em arrepio de medo.
sábado, abril 12, 2008
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